Quando
fui feita pelas mãos de Deus, talvez tenha sido num fim de semana ou fim de
expediente... Em um desses dias em que há falta de material e sobras para serem
aproveitadas.
Talvez
a própria ideia de minha criação tenha surgido pela necessidade de
aproveitamento dessas sobras.
Então,
célula por célula, pedaço a pedaço, com todo o amor com que criou a humanidade
inteira, as Mãos Divinas foram me dando forma.
De
ossos não havia escassez... Tive uma boa ossatura. Sangue para o tamanho de um
bebê havia bastante.
O
criador começou a ter problemas com as veias. Faltava um pedaço bem pequeno e, para completar deu-me a que sobrou de um
poeta.
No
coração colocou as mesmas fibras dos grandes amantes e um pedaço do cérebro de
um sonhador.
Depois,
com visão própria de um Deus anteviu o meu destino... Estou certa de que se
comoveu ao terminar-me... Tocou-me
mais uma vez remodelando-me as formas e num gesto de Divina piedade, ao passar
as mãos sobre meus ombros reforçou-os com as fibras com que formou os de Seu
Divino Filho.
É
por isso que nas horas tristes tento ser poeta! Mesmo quando a amargura é
muita, o coração transborda de amor entre tanto desamor! E quando parecem
perdidas as esperanças, ainda sonho! Sob o peso do infortúnio não vergam os
ombros feitos da mesma fibra dos de Cristo. Sou capaz de jurar que, ao ver sua
obra pronta para a vida, Ele hesitou...
“E o sexo? O forte ou o fraco?”.
Não custou a Se decidir... Tinha de ser o Forte!
E ME FEZ MULHER...
Créditos: recebido em slide onde consta:
Imagem recebida por e-mail:
Texto cedido pela autora: Yeda Maria Finamore Ferraz
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